Aline Brune
Salvador-BA
Dois versos, sobre ser vista e
apagada. Corpos são frágeis, podem ser fortes, ora carne coberta por roupa,
ora somente por pele. No contexto da pedra, essa carne absorve dor, prazer,
carinho, trabalho, cidade, afeto, identidades, memórias, e absorve
olhares.... Ser visto.... Um olhar pode ser bom, admirado, ou pode ser
perigoso, agressivo, aprisionador. Lanço mão do ponto de trás (técnica de
bordado que permite que, ao alinhavar uma figura em um verso do tecido, a
obtenha bordada no outro verso) para pensar sobre corpo & cidade, pele
& apagamento.
O trabalho consiste numa instalação onde 4 lâminas de
tecido (pedaços de lona com bordado sobre impressão fotográfica e pintura)
são expostas em seus dois versos, penduradas de modo que o público possa
transitar entre elas.