Karolyne dos Santos
A obra Linhas Vivas foi realizado durante o ano de 2018 a partir de várias inquietações sobre se artesanato pode ser arte ou não. Esta obra de caráter bibliográfico da artista traz as suas inquietações, visto que a mesma já realiza obras feitas com bordado como crochê, mas que ao ser vista por outras pessoas sempre vinha à pergunta se era uma toalha de louça ou uma blusa. Sempre esteve presente o estereótipo de que essa é a minha função de mulher fazer um enxoval para o casamento. Esta obra quer quebrar barreiras, ao trazer técnicas de bordado e de crochê em que ao ver a produção até o seu bordado parece fazer parte da sua composição como uma pintura em tela. Trazendo a relação do bordado, ser feito em tecido, e das pinturas clássicas serem feitas em telas de pano. Além de sua vestimenta ser recortes de revistas de jornal de crochê e bordado. A sua mão é a parte da obra que para muitos irão dizer que é o que deixa "feio", mas que para mim é a parte questionadora. Uma obra que compara o tradicional com o contemporâneo, o que é belo ou o que é feio. Pois muitas vezes o bordado e o crochê são vistos como algo extremamente belo. Resíduo na cidade de Jaguaruna que possui a cultura de fazer artesanato muito forte, mas eu como artista, pesquisadora e professora vejo além. Vejo uma arte potente e questionadora, que tanto homens e mulheres podem sim trazer essa linguagem. A parte da mão feita de papel e crochê e que salta da obra possui um pano para o expectador poder pegar e ler a mensagem e refletir para si mesmo "Minhas mãos vejam de outras maneiras, evidenciando aquilo que é escondido como forma de arte. Isto é arte para você?".