Soupixo
Esconjurando demônios ativando o sistema límbico e historiando ficções.
É o que me resta. Reinventar possibilidades de passados e exorcizar todos os demônios que me perseguiram durante toda a minha vida e das minhas ancestrais. Um aglomerado de memórias reais efictícias,
partindo do álbum da minha família tendo como protagonista minha avó, que só possui apenas um retrato e algumas 3x4. Além de seus objetos que foram guardados a sete chaves. Esse livro é composto por algumas séries de memórias escritas e fotográficas.
soupixo é artista visual residente no Cariri cearense. Quando criança gostava muito de desenhar, era a referência na sala de aula. Chegando na adolescência sua prática foi engolida pelos meninos que
sabiam desenhar melhor. Ainda quando criança aprendeu também a bordar ponto cruz, observando uma prima que fazia bordados para vender. Como uma boa capricorniana viu nessa prática uma
forma de ganhar seu próprio dinheiro, já que sua família era pobre o suficiente para que nem os 10 centavos do troco do pão pudesse ficar com ela pra comprar de bombom. Começou então a bordar
caminhos de mesa por 20 reais. Era pouco mas também era muito. Depois de um tempo entrou em uma escola profissionalizante e estagiou em um "centro cultural" o que lhe fez se reaproximar da
arte. Gostou e odiou essa experiência, pois como sabemos, vida de estagiária não é fácil. Você faz de tudo mas sempre te cobram a tal da pró-atividade. Traumas à parte, ingressou no curso de artes
visuais..por tempo até demais e desde então vem brincando de ser artista com mais seriedade. Se encontrou e desencontrou. Atua entre as linguagens da gravura, colagem digital, fotografia, vídeo,
bordado e etc. Têm como elementos centrais de sua poética reflexões sobre o corpo, memória, questões de gênero e raciais. Durante seu percurso enquanto artista assumiu vários heterônimos,
enaius oessi, unazul e eva, além do seu nome próprio Suyane Oliveira e o alter ego Suelí que constrói em colaboração com o artista Lívio do Sertão. Hoje entende-se como soupixo, onde cabe todas essas outras mulheres que já foi e que permanecem vivas dentro de si. É também tatuadora nas horas vagas e uma das sócias na empresa Fatozero Produções Culturais.