Vitória Macedo
![Maafa, 40 x 60cm, fotografia](https://df1665869e.cbaul-cdnwnd.com/14b38883e5a61ff84265467492affb9d/200001292-5e28e5e290/maafa1.jpg?ph=df1665869e)
![](https://df1665869e.cbaul-cdnwnd.com/14b38883e5a61ff84265467492affb9d/200001293-4e1f04e1f4/maafa2.jpg?ph=df1665869e)
Graduanda em Fotografia pela Universidade do Vale do Rio dos
Sinos. Comecei a fotografar em 2014, encontrando na fotografia a
ferramenta necessária para investigar e expressar questões internas. No
processo de construção de uma identidade busco dar voz às questões
relacionadas à vivência da mulher negra na sociedade. Tenho como
principais temas de produção a negritude e a afirmação da identidade
dos(as) jovens afro-brasileiros(as).
Maafa, é um termo em suaíli que significa "desastre", utilizado para dar nome à dor histórica da diáspora africana. Tendo como fio condutor um capítulo trágico do continente africano, abordo os atos de suicídios dos cativos durante o período do tráfico negreiro, não como sinal de fraqueza, mas como um ato de insubmissão e resistência ao trabalho escravo. Insurgir a bordo do navios negreiros contra o abatimento físico e moral sofrido, podia significar uma última decisão tomada como dono da própria vida. Abordo, de forma subjetiva, as relações entre vidas, mortes e as viagens forçadas através do Atlântico. Em Maafa, o oceano é representado como uma passagem a um território desconhecido, à uma vida de sofrimento, desconectada de suas raízes. Muitos cativos, ao depararem-se com um futuro de trabalho forçado e punições, lançavam-se ao mar na tentativa vã de retornar à sua terra natal ou fazer contato com os que lá ficaram.